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3/23/2005

A minha solidão
não é uma invenção
para enfeitar noites estreladas…
bnvcbncvbnmnnb
…Mas querer arrancar a própria sombra do chão
e ir com ela pelas ruas de mãos dadas.
nvb,bn,nmnm.,mm.
…Mas este sufocar entre coisas morta
se pedras de frio
onde nem sequer há portas
para o calafrio.
m.,bnm,.nb,,
…Mas este rir de repente
no poço das noites amarelas…
- única chama consciente
com boca nas estrelas.
nm,vnm,m
…Mas este eterno Só-Um
(Mesmo quando me queima a pele o teu suor)
Sem carne em comum
com o mundo em redor.
nm,nb,nbm.m
…Mas este haver entre mim e a vida
sempre uma sombra que me impede
de gozar na boca ressequida
o sabor da própria sede.
nm,bnk,nbm,
…Mas este sonho indeciso
de querer salvar o mundo
- e descobrir afinal que não piso
o mesmo chão do pobre e do vagabundo.
vmbnbn,nm,
…Mas este saber que tudo me repele
no vento vestido de areia…
E até quando a toco, a própria pele
me parece alheia.
bnmbvnm,n,nm.,
Não. A minha solidão
não é uma invenção
para enfeitar o céu estrelado…
nmbvmbvmbvnm,
…mas este deitar-me de súbito a chorar no chão
e agarrar a terra para sentir um Corpo Vivo ao meu lado.
nmbvnmbmbnm
(Poesia III – José Gomes Ferreira)