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3/30/2005

Um desabafo...

Num dia como muitos, como muitos outros que vivemos juntos por essa planície adiante, livres como o vento! Livres, livres, verdadeiramente livres como o vento! Dias de sol bem alto bem alto e resplandecente... Tudo tem um fim, todos nós o sabemos bem... O dia mal tinha nascido, era Verão e sol já brilhava lá no alto... Lá estava ele indiferente... raiava como sempre... na hora em que toca o telefone e o mundo desaba... Continuo a ter imensa dificuldade em falar da morte... da tua morte meu irmão... Do meu único irmão... a dor irreparável da perda de um irmão... Na altura: o perfeito contraste com o recente nascimento do meu filho... E num instante estamos perante o perfeito milagre do nascimento, o milagre da vida... e logo, logo depois perante a morte e o duro e cruel sentimento da perda irremediável... Um desabafo...

3/23/2005

A minha solidão
não é uma invenção
para enfeitar noites estreladas…
bnvcbncvbnmnnb
…Mas querer arrancar a própria sombra do chão
e ir com ela pelas ruas de mãos dadas.
nvb,bn,nmnm.,mm.
…Mas este sufocar entre coisas morta
se pedras de frio
onde nem sequer há portas
para o calafrio.
m.,bnm,.nb,,
…Mas este rir de repente
no poço das noites amarelas…
- única chama consciente
com boca nas estrelas.
nm,vnm,m
…Mas este eterno Só-Um
(Mesmo quando me queima a pele o teu suor)
Sem carne em comum
com o mundo em redor.
nm,nb,nbm.m
…Mas este haver entre mim e a vida
sempre uma sombra que me impede
de gozar na boca ressequida
o sabor da própria sede.
nm,bnk,nbm,
…Mas este sonho indeciso
de querer salvar o mundo
- e descobrir afinal que não piso
o mesmo chão do pobre e do vagabundo.
vmbnbn,nm,
…Mas este saber que tudo me repele
no vento vestido de areia…
E até quando a toco, a própria pele
me parece alheia.
bnmbvnm,n,nm.,
Não. A minha solidão
não é uma invenção
para enfeitar o céu estrelado…
nmbvmbvmbvnm,
…mas este deitar-me de súbito a chorar no chão
e agarrar a terra para sentir um Corpo Vivo ao meu lado.
nmbvnmbmbnm
(Poesia III – José Gomes Ferreira)

3/21/2005

Este seria mais um mundial, se não fosse um dia especial
O dia Mundial da poesia
O dia Mundial da poesia será um dia de reconhecimento
Um dia de reconhecimento pelo trabalho dos poetas,
Aqueles que nos colocam nas nuvens, nos fazem sonhar
Nos fazem sonhar com as suas palavras,
que trabalham de forma singular
Bem hajam todos os poetas!!

3/18/2005

Uma flor... por um olhar...
um olhar que espero e que não chega...
Procuro e não encontro...
e sonho e sonho e sonho...
que diabo...

Era uma vez um homem, um homem como tantos outros...

Um homem de olhos verdes, tão verdes quanto o mar mais profundo.

Um homem que tinha um olhar tão profundo, tão profundo que...

Era uma vez uma mulher...

Uma mulher de olhos escuros, tão escuros como a noite...

Como aquela noite fria de Janeiro...

O vento corria cortante e a noite avançava escura...

3/17/2005

Nos teus olhos...

3/11/2005

11 de Março

Sangre... La sangre...

Muerte...

Hijos de puta!!!!!!

Atocha... Madrid...
A morte saiu à rua...
a morte saiu à rua num dia assim...
Um dia... como muitos outros...dias...
Um dia como tantos e tantos e tantos outros...
Um dia de sol em Madrid...
Gritos lancinantes percorrem o espaço...
e ecoam... ecoam e ecoam...
as lágrimas correm pelas faces ensanguentadas
uma face e lágrimas que correm, correm e correm sem parar...
o terror transparece nas faces
nos olhos... o sangue marca-nos...
e marca-nos e marca-nos... na pele!
a dor apodera-se-nos da alma... e
a angústia revive e ... ressurge e ressurge...
e ressurge a cada momento...
A morte chegou em nome... não se sabe bem de que causa...
Em nome de que causa?!?!? Não sei...
Em memória das vítimas do terror e... das causas...
das causas obscuras..
Em nome da memória da HUMNIDADE...
HUMANIDADE...
nossa causa comum...
penso que sim... a nossa causa comum...

3/02/2005

momentos...

foto: Ellington

Quatro bombeiros morreram em combate a incêndio Quatro bombeiros morreram esta segunda-feira durante o combate ao incêndio florestal que lavra desde o início da tarde em Mortágua, distrito de Viseu. (...)"
D.N.

Eu queria... fazer uma homenagem simples mas sincera. Queria que ninguém esquecesse aqueles que em inumeras ocasiões dão a vida pelos outros. Eu queria que este fosse um excelente texto. Queria que fosse um texto de excepção... Não tenho veias de escritor, mas tenho sensibilidade nas veias (que originalidade...) Tocou-me de sobre maneira o recente caso daqueles Bombeiros que morreram carbonizados... e um se salvou por acção de um camarada num último instante. Um camarada que fez um esforço tremendo, fazendo perigar a sua integridade. Aqueles homens, como muitos por este país fora, fazem verdadeiros milagres! E voltam logo... voltam sempre, sempre!! Eles voltam logo para o "seu" trabalho sem tempo para traumas, sem tempo para gerir os seus medos. Os medos que também têm, nós todos sanbemos que os têm! Que faz u homem caminhar desta forma nesta vida?!?! Que forças são essas amigos que trazeis dentro de vós?!?!? Que forças são essas que vos tornam temerários e indomáveis perante tamanhas desgraças e tragédias?!?!? Que forças são essas que vos fazem persistir quando tantos tendem a desistir de fraqueza?!? Quando o medo nos congela e os mortifica... O perigo... esse monstro indomável... Que leva uma pessoa a fazer perigar a sua integridade para salvar o próximo? Não sei... Não sei se alguém o saberá explicar verdadeiramente... Será um instinto... Um obrigado sem tamanho a todos aqueles que jogam a sua vida em cada segundo, e em cada segundo pensam naqueles que estão ao seu lado.

3/01/2005

Voar...
a insustentável leveza...