Um desabafo...
Num dia como muitos,
como muitos outros que vivemos juntos por
essa planície adiante, livres como o vento!
Livres, livres, verdadeiramente livres como o vento!
Dias de sol bem alto bem alto e resplandecente...
Tudo tem um fim, todos nós o sabemos bem...
O dia mal tinha nascido, era Verão e sol já brilhava lá no alto...
Lá estava ele indiferente... raiava como sempre...
na hora em que toca o telefone e o mundo desaba...
Continuo a ter imensa dificuldade em falar da morte...
da tua morte meu irmão...
Do meu único irmão... a dor irreparável da perda de um irmão...
Na altura: o perfeito contraste com o recente nascimento do meu filho...
E num instante estamos perante o perfeito milagre do nascimento,
o milagre da vida...
e logo, logo depois perante a morte e o duro e cruel
sentimento da perda irremediável...
Um desabafo...
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